A ITU em crianças: Febre e outros sintomas.

Autores

  • Joana Salvador António Malebo Serviço de Pediatria, Clínica Girassol, Luanda, Angola.
  • Joaquim Van-Dúnem Departamento de Pediatria, Faculdade de Medicina da Universidade Agostinho Neto, Assistente Hospitalar, Hospital Pediátrico David Bernardino, Luanda, Angola.
  • Emanuel Catumbela Departamento de Patologia, Faculdade de Medicina, Universidade Agostinho Neto
  • Edna Cunha Departamento de Pediatria, Faculdade de Medicina da Universidade Agostinho Neto, Assistente Hospitalar, Hospital Pediátrico David Bernardino, Luanda, Angola.

Palavras-chave:

Infecção do Tracto Urinário, Crianças, Síndroma Febril Pediátrica, Factores de Risco

Resumo

Introdução: A infecção do tracto urinário é a infecção bacteriana mais comum inerente à espécie humana ocupando o primeiro lugar dentro das infecções bacterianas mais comuns em idade pediátrica.
Objectivo: Caracterizar o perfil da Infecção do Tracto Urinário em crianças dos dois aos dez anos de idade observadas no Hospital Pediátrico David Bernardino.
Metodologia: Foi realizado um estudo de coorte sobre o Perfil da Infecção Urinária em crianças dos 2 aos 10 anos de idade. O universo foi constituído por todos os doentes observados, com história de febre sem foco e/ou sintomatologia sugestiva de infecção urinária. Por conveniência, uma amostra de 100 crianças foi obtida.
Resultados: Das 100 crianças avaliadas, 51% (51/100) são do sexo feminino, 98 (98%) eutróficos, 43 (43%) tinham ITU comprovada por urocultura. A Escherichia Coli foi a bactéria predominante, com 32 (74%); foi sensível ao Imenepem 19 (83%) a norfofloxacina com 19 (66%) e a Nitrofurantoína 12 (40%). Foi constatada resistência multidroga da Escherichia Coli à Ampicilina 27(87%), Ácido nalidíxico 13 (42%) e Ceftazidima 6 (30%). Dos 51 casos com toma prévia de antibiótico apenas 33% (17/51 casos) apresentaram crescimento bacteriano na cultura. Nenhum factor de risco para a ITU foi identificado como tendo associação estatisticamente significante.
Conclusão: É necessário rever as normas de orientação clínica para o tratamento da febre sem foco. Os nossos resultados levam-nos a repensar que tipo de antibiótico usar como primeira linha. Mais estudos são necessários para contribuir para a descrição do perfil da ITU nas crianças no nosso país.

Referências

(1) CAMPOS T, Mendes P, Maio J. Infecção urinária na criança. Acta Urol. 2006;23(4):19–23.

(2) Ibeneme CA, Oguonu T, Okafor HU, Ikefuna AN, Ozumba UC. Urinary tract infection in febrile under five children in Enugu, South Eastern Nigeria. Niger J Clin Pract. 2014;17(5):624–628.

(3) Barros AC, Oliveira E, Rodrigues LR, Carneiro F, Alves V, Cruz ME. Infecções Urinárias na Criança: 5 anos de Dados clínicos e microbiológicos. Arq Med. 2010;24(6):247–252.

(4) Marcondes E. Pediatria básica: pediatria clínica especializada. Sarvier; 2004.

(5) Ahmed MN, Vannoy D, Frederick A, Chang S, Lawler E. First-line antimicrobial resistance patterns of Escherichia coli in children with urinary tract infection in emergency department and primary care clinics. Clin Pediatr (Phila). 2016;55(1):19–28.

(6) Ouédraogo-Yugbaré SO, Kouéta F, Dao L, Minoungou J, Ouédraogo-Traoré R, Sanou I, et al. Infection du tractus urinaire chez l’enfant: aspects épidémiologiques et bactériologiques au Centre Hospitalier Universitaire Pédiatrique Charles de Gaulle de Ouagadougou (Burkina Faso). Mali Méd. 2012;27(4):11–17.

(7) Hanna-Wakim RH, Ghanem ST, El Helou MW, Khafaja SA, Shaker RA, Hassan SA, et al. Epidemiology and characteristics of urinary tract infections in children and adolescents. Front Cell Infect Microbiol [Internet]. 26 de Maio de 2015 [citado 19 de Maio de 2017];5. Disponível em: http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC4443253/

(8) Ismaili K, Wissing KM, Lolin K, Le PQ, Christophe C, Lepage P, et al. Characteristics of first urinary tract infection with fever in children: a prospective clinical and imaging study. Pediatr Infect Dis J. 2011;30(5):371–374.

(9) Gupta K, Hooton TM, Naber KG, Wullt B, Colgan R, Miller LG, et al. International Clinical Practice Guidelines for the Treatment of Acute Uncomplicated Cystitis and Pyelonephritis in Women: A 2010 Update by the Infectious Diseases Society of America and the European Society for Microbiology and Infectious Diseases. Clin Infect Dis. 1 de Março de 2011;52(5):e103–20.

(10) Kliegman R, Stanton BM, Geme JS, Schor NF. Nelson Tratado de Pediatría. Elsevier Brasil; 2014.

(11) Simões e Silva AC, Oliveira EA. Update on the approach of urinary tract infection in childhood. J Pediatr (Rio J). Novembro de 2015;91(6):S2–10.

(12) Williams GJ, Macaskill P, Chan SF, Turner RM, Hodson E, Craig JC. Absolute and relative accuracy of rapid urine tests for urinary tract infection in children: a meta-analysis. Lancet Infect Dis. Abril de 2010;10(4):240–50.

Downloads

Publicado

15-10-2017

Como Citar

Malebo, J. S. A., Van-Dúnem, J., Catumbela, E., & Cunha, E. (2017). A ITU em crianças: Febre e outros sintomas. Revista Científica Da Clínica Sagrada Esperança, (NÚMERO 7. ANO 9. OUTUBRO 2017), 13–20. Obtido de https://revistacientificacse.ao/index.php/revista/article/view/53

Artigos mais lidos do(s) mesmo(s) autor(es)

1 2 > >>