Caracterização da candidíase vulvovaginal em mulheres residentes em Luanda de Janeiro a Junho, 2019: prevalência e sensibilidade antifúngica

Autores

  • Gisel Reyes Castro Instituto Nacional de Investigação em Saúde (INIS)
  • Ândria Caliengue Instituto Nacional de Investigação em Saúde (INIS)
  • Zoraima Neto Instituto Nacional de Investigação em Saúde (INIS)
  • Raisa Rivas Carralero Instituto Nacional de Investigação em Saúde (INIS)
  • Joana Paula Paixão Instituto Nacional de Investigação em Saúde (INIS)
  • Jocelyne Vasconcelos Instituto Nacional de Investigação em Saúde (INIS)
  • Joana de Morais Afonso Instituto Nacional de Investigação em Saúde (INIS)
  • Lino Ferreira Instituto Nacional de Investigação em Saúde (INIS)

DOI:

https://doi.org/10.70360/rccse..v.148

Palavras-chave:

candidíase, infecções fúngicas, mulheres, Angola

Resumo

Introdução. A candidíase vulvovaginal é um dos problemas mais comuns na saúde feminina. Objectivo: Caracterizar a candidíase vulvovaginal num grupo de mulheres residentes na província de Luanda. Material e Métodos: O Instituto Nacional de Investigação em Saúde (INIS) de Angola realizou um estudo descritivo de corte transversal para caracterizar a candidíase vulvovaginal num grupo de mulheres residentes na província de Luanda. O universo foi constituído por 404 mulheres com diagnóstico de vaginite, referenciadas ao INIS, no período de Janeiro a Junho do ano 2019. Uma amostra de secreção vaginal foi colhida para o exame directo e cultura. Foi utilizada a carta de VITEK® 2 para a identificação das espécies de cândida e o perfil de sensibilidade destes fungos aos antifúngicos Resultados. A idade média das pacientes investigadas foi de 33 anos, com predomínio da faixa etária de 30 a 39 anos. A prevalência da candidíase vulvovaginal foi de 31,4 % (128 mulheres positivas). Durante o estudo foram detectadas as seguintes espécies de Cândida: C. albicans 122 casos (95.3%) C. Krussei 4 casos (3.1%), C. tropicalis e C. Viswanathii 1 caso cada um (0,7). No grupo de mulheres positivas por Cândidas 114 (98%) apresentaram sintomas associados à infecção por este fungo, com predomínio dos sintomas como o prurido em 49 pacientes (38.3%), seguida pelas secreções vaginais em 47 pacientes (36.7%) e a dispareunia foi referida por 23 mulheres (18%). As espécies de Cândida albicans apresentaram 100 % de sensibilidade aos antifúngicos nystatina e voriconazol e 97,1% a caspofungina, micafungina e fluocitosina. As restantes espécies de cândidas foram sensíveis a todos os antifúngicos. Conclusões. A Cândida albicans foi o fungo mais frequente nas mulheres com candidíase vulvovaginal.

Palavras-chave: candidíase, infecções fúngicas, mulheres, Angola  

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Publicado

20-08-2024

Como Citar

Castro, G. R., Caliengue, Ândria, Neto, Z., Carralero, R. R., Paixão, J. P., Vasconcelos, J., … Ferreira, L. (2024). Caracterização da candidíase vulvovaginal em mulheres residentes em Luanda de Janeiro a Junho, 2019: prevalência e sensibilidade antifúngica. Revista Científica Da Clínica Sagrada Esperança, (Número 12 Ano.16 Agosto 2024), 17–23. https://doi.org/10.70360/rccse.v.148

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