Eczema de Contacto Profissional em Trabalhadores da Construção Civil

Autores

  • Mário Gil Ernesto de Jesus dos Santos Estudante do Curso de Gestão de Unidades de Saúde, Clínica Sagrada Esperança, Luanda, Angola.
  • António Neves Pires de Sousa Uva Professor Catedrático, Escola Nacional de Saúde Pública, Universidade Nova de Lisboa

Palavras-chave:

Dermite de contacto profissional, trabalhadores construção civil, factores de risco

Resumo

INTRODUÇÃO: Nos países em desenvolvimento acelerado e nem sempre sustentável, como no caso de Angola, o ramo da construção civil é uma das actividades que mais emprega trabalhadores em fase activa da vida laboral. Todavia, nem sempre
são respeitados os pressupostos de segurança e manutenção da saúde destes, numa actividade repleta de factores de risco de natureza diversa. Tendo em conta esta problemática, realizou-se um estudo com o objectivo de avaliar a prevalência de
dermites de contacto relacionadas com a manipulação de cimento em profissionais trabalhadores de construção civil em Luanda-Angola.
MÉTODOS: Tratou-se de um estudo descritivo, transversal, que envolveu profissionais que manipulavam cimento na empresa Teixeira Duarte Angola, S.A. em Luanda. A amostra foi por conveniência, tendo em conta a disponibilidade do trabalhador e
sua aceitação para fazer parte do estudo. A recolha dos dados foi feita usando um guião clínico previamente elaborado, onde constaram variáveis sociodemográficas, variáveis relacionadas com a história familiar, história patológica pregressa e actual,
bem como, variáveis clínicas (exame físico dermatológico) e de análise da situação de trabalho. Para o tratamento dos dados foi usado o SPSS (Statistical Package for the Social Sciences) 20.0 ed. Os dados foram sujeitos a uma análise descritiva e inferencial.
Utilizou-se o teste Qui-Quadrado para análise bivariada das variáveis qualitativas e para testar uma associação foi aplicado o teste de correlação de Spearman’s com um nível de significância < 0,005. Foram cumpridos os procedimentos éticos e obtido o
consentimento esclarecido e informado verbalmente.
RESULTADOS: Dos 104 profissionais seleccionados foram inqueridos 100 (todos homens) com média de idade de 31.7±8 anos, nível de escolaridade, 71 (71%) com o nível básico, quanto ao grupo profissional, 55 (55%) pedreiros, 38 (38%) serventes e 8
(8%) carpinteiros. Quanto a experiência profissional 55 (55%) apresentavam mais de 5 anos. A prevalência de dermites de contacto foi 14%. Não se encontrou associação entre a experiência profissional e possuir emprego informal em part-time na área de construção civil com a dermite de contacto. De igual modo, não houve uma associação estatisticamente significativa que relacionasse a profissão de pedreiro com o surgimento da dermite de contacto, no entanto, após reagrupamento de serventes e carpinteiros mostrou haver significância estatística entre estas duas variáveis (p de 0,039).
CONCLUI-SE que há grande carência de informação sobre a etiologia desta doença e das medidas de protecção por parte destes trabalhadores.  

 

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Publicado

15-10-2016

Como Citar

dos Santos, M. G. E. de J., & Uva, A. N. P. de S. (2016). Eczema de Contacto Profissional em Trabalhadores da Construção Civil . Revista Científica Da Clínica Sagrada Esperança, (NÚMERO 5. ANO 8. OUTUBRO 2016), 18–20. Obtido de https://revistacientificacse.ao/index.php/revista/article/view/43

Edição

Secção

Resumos do Curso de Especialização